Terminou em grande o festival onde de tudo aconteceu
No Parque do Buçaquinho assistimos, durante toda a semana, a concertos de hip-hop e reggae e a alguns DJ sets de artistas nacionais e internacionais. O último dia foi, mais uma vez, servido com a prata da casa.
No sábado houve enchente para o concerto de Richie Campbell, que tocou para o dia com mais plateia. Começou com um medley de reggae e depois tocou as suas músicas e outras bem conhecidas. O cantor português proporcionou o momento da noite de sábado com “That’s how we roll “
No domingo, e já a fugir às horas marcadas, Maria and The Part Time Lovers deram inicio ao último dia do festival.
A banda já marcou presença no ano passado e o concerto deste ano serviu para vermos a sua evolução. Mais maduros, com mais originais e muito bem alinhados, tocaram covers de Amy Winehouse ou Florence and Machine, entre outras.
Logo depois entraram os Pevides de Cabaça, banda que seguramente iria trazer animação à noite. Começaram com “É tão bom”, o último single, em que muitas pessoas no público cantaram “é tão bom não fazer nada…” . Foi o ínicio de um concerto que ficaria para a história como o melhor dado pela banda até agora.
Foi muito bom ver a evolução do concerto, com espectadores que pouco ou nada conheciam da banda a ficarem rendidos à energia e boa disposição contagiante dos Pevides de Cabaça.
À segunda música, “Geração Pepsi”, o palco ficou às escuras. Bem sabemos que a gasolina está cara, mas não há concertos sem gerador! Depois de algumas movimentações no palco para se tentar perceber o que se passava, Américo voltou a montar na sua bateria e começou a improvisar. Mais músicos se juntaram a ele, e, a bateria dos Part Time Lovers ainda em palco foi também usada.
O que poderia ter sido uma verdadeira desgraça revelou-se o momento alto da noite, ou mesmo do festival. O público aderiu ao improviso e desfrutou como se outro concerto se tratasse.
De repente, fez-se luz! Nuno Amaro, diretor do festival, subiu ao palco para pedir as mais sinceras desculpas e para dar a notícia de que a cerveja passaria a custar “50 paus” para compensar a falta de luz (sim, porque a festa não parou).
E assim os Pevides voltaram, cheios de energia que vinha também do público, e cumpriram a promessa do Nuno Amaro de que este iria ser o melhor concerto do festival. Cumpriram o alinhamento, trouxeram samba, hip-hop, rock e radioatividade, com a música "Moldávia Sputnik".
A noite já ia longa e mais artistas teriam de tocar por isso só houve tempo para um encore com “Pizzaria do Amor”, que contou com ajuda de uns quantos tambores para trazer o ritmo do samba a Cortegaça.
Na impossibilidade de Canigia saltar para o público e para o mosh, o público foi até ele, saltou as grades e todos juntos proporcionaram o momento da noite.
Depois deste concerto que mais se poderia fazer? Subiram ao palco Los Molhaditos e mantiveram as temperaturas altas no recinto com os hits do verão.
Terminaram em grande, num festival onde de tudo aconteceu. E durante uma semana, a vila de Cortegaça recebeu centenas de festivaleiros, muito surf e muita música.
É de se valorizar o espírito familiar e descontraído do festival, com poucos rodeios e muito boa onda. Há muitos aspetos de logística a serem melhorados, mas no final tudo dá mais personalidade ao festival e à vila do surf. “Estamos juntos”. Até para o ano!