LUTA NO ÚLTIMO DIA DO SURF AT NIGHT
Depois de terem participado durante a tarde no cordão humano promovido pela organização, que ligou a praia de Cortegaça á praia de Esmoriz, como forma de promover a consciencialização activa para o problema do avanço do mar, os HOMENS DA LUTA subiram ao palco como os cabeças de cartaz do último dia do Surf AT Night.
Pelas palavras de Vasco Duarte, o Falâncio dos HOMENS DA LUTA, o concerto foi “maravilhoso, energético! Foi muito bom o facto de não termos barreiras a separar-nos do público, algum tempo que não tínhamos concertos assim tão perto do público!”
Abrindo com "Grândola Vila Morena", uma das músicas de Abril, o concerto seguiu com os seus temas mais populares como “Reação” ou “Luta assim não dá” e versões de músicas revolucionárias portuguesas de Zeca Afonso, António Variações e Ary dos Santos.
Este foi um concerto ao som dos ritmos tradicionais portugueses e uma viagem aos ritmos africanos, que tornaram ainda mais dançáveis as músicas fazendo valer a máxima de que “a luta é alegria”.
Em relação às polémicas que envolvem este grupo, Vasco disse que “cada um vê os HOMENS DA LUTA como quer”, este são personagens: “Os artistas têm várias formas de expressar as suas personagens, há quem o faça em teatros como actores, nós fazemos em concertos”. Confirma assim que as polémicas estão na cabeça das pessoas, de quem não conhece o trabalho criativo de Vasco e Jel, “não nos aproveitamos dos pobres, até preferíamos que não houvessem pobres, que fossemos todos ricos! Nós gostamos de marisco!”.
Contudo, para estes revolucionários “a crise é fantástica! Quando acabar crise acabam os HOMENS DA LUTA”. Mas, em tempos de crise como os de agora, o concerto tinha tudo para ser um grande momento de luta, e foi. Músicas como “E o povo, pá?” ou mesmo a mais recente canção do “Coelhinho, se eu fosse como tu…” dedicada ao primeiro-ministro, foram um grande sucesso.
No concerto houve ainda tempo para lições de política, sobre o que é a reacção e até aulas de quiriqui, provando que “O insucesso escolar é da culpa de quem ensina! Aqui passava tudo com 20!” afirmou revolucionário Neto.
Sobre qual é o próximo objectivo da banda, depois do enorme passo alcançado com a vitória do Festival da Canção, Vasco respondeu que “A realidade é a única verdade. O próximo passo a dar pode ser mais uma música, mais um concerto”.
Por fim o on the hop quis saber se a “luta continua” depois dos festivais, responderam num claro sim “possivelmente vamos voltar á televisão”, lugar onde se tornaram mediáticos com o programa “Vai tudo abaixo!”. Um facto é que “talvez sejamos os únicos no mundo que conseguiram mais sucesso quando saíram da televisão” trazer as personagens ao vivo para a rua, para os concertos, possibilitou uma maior proximidade entre a banda e o público.
Vasco concluiu que as pessoas podem sempre contar com estas personagens revolucionárias, para estar na rua com elas, a fazer a luta com alegria, porque “o povo calado será sempre enganado”.