S. João dá cá um balão para eu brincar...
Dia 23 de Junho é dia de festa! Porto e arredores celebram o S. João numa noite de folia, companheirismo, arraiais, caldo verde e sardinhas assadas.
A celebração mais esperada do ano começou a ser preparada cedo. A cidade foi sendo decorada ao longo da semana, com balões, manjericos e fitas coloridas pelas ruas e casas, da Batalha à Ribeira.
A noite estava particularmente especial, um ambiente de calor, uma lua cheia enorme a iluminar a cidade e as pontes sobre o Douro e a Serra do Pilar completaram o postal.
As ruas tornaram-se numa grande sala de estar, nesta casa que é o Porto, onde os portuenses foram recebendo os familiares, os vizinhos, os amigos e os turistas.
A meia-noite trouxe o esperado fogo de artificio da Ponte Luís I e dos barcos rabelo, que abrilhantou a noite e veio ainda trazer um bocadinho mais de cor e alegria à cidade. As margens do Douro estavam cheias de pessoas, que vieram equipadas com os seus martelos e alhos porros, celebrar a noite mais longa da cidade do Porto.
Longe da multidão, dos holofotes, das bandas famosas e das orelhinhas que brilham, conhecemos também um outro S. João do Porto.
A festa aqui acontece sempre de forma muito espontânea. A data está marcada no calendário, mas a partir daí é tudo improviso.
As pessoas trazem os seus fogareiros para a rua, convidam os amigos e quem vai passando na rua a comer uma sardinha ou uma bifana, a provar a sobremesa que a tia fez, o vinho que o amigo do amigo arranjou e a dançar um bocadinho.
À Fontainha não chegou o Marco Paulo nem o Tony Carreira. A festa foi feita com as pessoas do bairro e as que lá se perderam.
O mesmo em Miragaia, que por estar no caminho para a praia de Matosinhos, esteve sempre cheia e animada até o amanhecer.
Em São Lazaro o arraial era feito ao som de músicas do mundo, com muito samba, forró e africano à mistura. Juntaram-se ali os mais alternativos.
Foi dançar e beber até o dia 24 nascer. A cidade estava de ressaca. Pouca gente na rua. Contudo ainda estão alguns palcos, carrosséis, tendas de farturas e doces espalhados pela cidade, e claro que não estão vazios. "Aqui celebra-se a sério, carago" .
Espera-se agora para os desejos pedidos aquando o lançamento dos balões se realizem. Para o ano já está marcado mais um churrasco em casa dos amigos.
Vivam os Santos!