Coliseu do Porto foi palco de Mercado Negro
Este ano Portugal volta a ser o país escolhido para começar uma tour europeia. Vindos de Lisboa, os Skunk Anansie atuaram no dia 7 de novembro no Coliseu do Porto para apresentar o mais recente trabalho Black Traffic.
A primeira parte do espetáculo ficou ao cargo dos The Jazebels, uma banda australiana que toca nesta digressão e está pela primeira vez em terras lusas. Trouxeram um indie rock com carimbo de qualidade do Australian Music Prize. Três EPs e o álbum Prisoner deram-lhes lugar naquele palco, mas decorem bem o nome "The Jazebels", porque penso que os vamos ver por aqui mais vezes.
Da última vez que os Skunk Anansie estiveram no Coliseu do Porto foi em fevereiro do ano passado. Muitos fãs portugueses esgotaram a sala para ouvir o novo álbum “Wonderlustre”. Este ano, a sala não esgotou, mas quem foi ao concerto sabia ao que vinha. Na primeira fila, o habitual “Skunk Army”, onde a bandeira da Rússia voltou a destacar-se, como já tinha acontecido no concerto do Marés Vivas no ano passado.
Depois de um melódico Wonderlustre, os Skunk Anansie voltam aos sons primitivos, ao rock e às músicas de intervenção, a lembrar os temas antigos, como “Charlie Big Potato” ou “Yes is fucking political”
Depois de um melódico Wonderlustre, os Skunk Anansie voltam aos sons primitivos, ao rock e às músicas de intervenção, a lembrar os temas antigos, como “Charlie Big Potato” ou “Yes is fucking political”
Já não tão “careca”, Skin apresentou-se em lantejoulas e com um arranque muito energético, como já todos esperávamos.
O concerto começou explosivo com "The Skank Heads", do cd PostOrgasmic Chill (1999), o último antes da ausência da banda. Depois de uma separação e afastamento dos palcos durante 10 anos, os Skunk Anansie fazem em cada concerto questão de lembrar porque voltaram.
O concerto foi uma plena viagem pela discografia da banda, com paragens no Wonderlustre com músicas como “My Ugly Boy” e “God Loves Only you” e uma visita aos albuns mais antigos, como Paranoid and Sunburnt com "Weak", Stoosh com o clássico "Hedoism" ou o itenso "Charlie Big Potato" do PostOrgasmic Chill que provocou a grande explosão da noite e deu a pausa para o encore.
Do novo albúm Black Traffic ouviu-se “I belived in you”, “I hope you get to knowyour hero”, “This is not a game” e “Sad Sad Sad” e outros temas que, intercalados com os grandes êxitos da banda, passaram quase como despercebidas no conjunto do concerto.
Depois de uma subida à coluna, de lamber a testa de um fã da primeira fila, Skin, no tema “I can dream”, sai do palco, vai cumprimentar a primeira plateia, sobe até à régie e de lá vem a surfar na multidão até ao palco. Estava cometida a primeira grande loucura.
O concerto continuou e, apesar de momentos mais agitados, como “Twisted”, as baladas dos anos 90 são as canções que têm mais impacto no público. "Hedoism", "Secretlly" e "Because of you" foram os temas mais cantados.
A despedida foi dada de forma muito especial. Skin perguntou num tom desafiador: “Vocês tomam conta de mim se eu for aí para baixo?” Bem… sabem a resposta . Skin tinha uma câmara ao peito e veio para junto da multidão cantar e dançar e ao mesmo tempo eternizar o momento, filmando. Quanto ao que aconteceu… só mesmo ficar atento e aguardar para que nas redes sociais da banda e nas páginas oficiais se publique o vídeo.
A digressão segue para Madrid, mas ficou dado um "até à próxima". Sabemos que vão voltar, porque em Portugal estão em casa e porque não há que temer um novo desaparecimento.
E se dúvidas houvesse quando se ouve o novo álbum em casa, elas ficam por terra quando se vê a banda ao vivo. Mesmo passados 17 anos desde o primeiro álbum da banda, os Skunk Anansie estão bem e recomendam-se.